Neste verão, o Vila Vita Parc teve o prazer de receber como convidada Marta Gomes, especialista em saúde. Com a sua formação em fisioterapia, Marta estudou também Medicina Tradicional Chinesa, o que a levou a desenvolver uma abordagem integrada do corpo, da saúde e do bem-estar.
Dedicada a inspirar mudanças nos seus pacientes, aprofundou a sua abordagem preventiva através da nutrição funcional e do Pilates. Os seus Workshops para a Saúde da Mulher têm como objetivo ligar o eu interior ao corpo, refrescando e reativando a nossa relação com ele.
Genuína, audaciosa e orgânica, o seu trabalho no Vila Vita Spa by Sisley Paris tem ajudado as nossas hóspedes a ter uma melhor qualidade de vida, hoje e amanhã. A Insights sentou-se com Marta para falar sobre o trabalho que tem desenvolvido no Vila Vita Parc e a sua abordagem única ao bem-estar.
Sim, e depois de me ter licenciado, trabalhei numa clínica lá. Podia ter ficado, mas a pandemia obrigou-me a repensar a forma como trabalhava com os meus clientes. De repente, tínhamos de dar consultas online e isso fez com que nos concentrássemos em ensinar os pacientes a cuidar do seu próprio bem-estar, em vez de tratar apenas os sintomas. Foi um desafio, mas inspirou-me para uma nova forma de olhar para o meu trabalho e de analisar o rumo da minha vida.
Fez-nos reavaliar a forma como trabalhamos, bem como as nossas prioridades.
Fez-me pensar em como era necessário desenvolver os tratamentos que podia oferecer, pelo que comecei a estar mais aberta a diferentes tratamentos e técnicas. Por isso, comecei a viajar, para ganhar experiência baseada em diferentes culturas e filosofias. Fui convidada para trabalhar nas Seychelles, em Omã e em toda a Europa - e lá fui eu!
Penso que expande a mente, para ver as coisas de uma forma diferente, culturas diferentes. Mas, para mim, foi também um crescimento pessoal, que me ajudou a compreender diferentes perspectivas e experiências.
Durante o meu trabalho, ao tentar descobrir as necessidades de um paciente, tenho de ser hábil a compreender a sua forma de pensar. Cada corpo conta uma história, pelo que preciso de traduzir essas emoções e stress únicos. E a experiência de diferentes estilos de vida e culturas tem-me ajudado muito a fazer isso.
Acho que me ajudou a compreender como diferentes lugares podem influenciar o bem-estar geral de um indivíduo. O ambiente em que se vive, a cultura de onde provém, tudo isto pode afetar diferentes stresses masculinos e femininos, diferentes escolhas de estilo de vida ou diferentes formas de lidar com o mundo. Isso dá-me a possibilidade de ensinar os pacientes a fazer mudanças que realmente os beneficiem a longo prazo, e não apenas a tratar os problemas que têm atualmente.
Sim, tradicionalmente os médicos procuram resolver o problema imediato, a responsabilidade de o reparar passa a ser sua. Após a licenciatura, encarei a fisioterapia da mesma forma, ou seja, que devia tentar "resolver" o problema do paciente em duas ou três sessões e que era essa a minha responsabilidade. A Medicina Chinesa ensinou-me uma filosofia diferente, que apliquei também a mim própria. Precisamos de cuidar de nós próprios a longo prazo, de saber o que podemos mudar e de o aceitar como um processo de crescimento.
Decididamente, mudei o meu estilo de vida, deixei de assumir a responsabilidade por coisas que não podia mudar e comecei a assumi-la pelas coisas que podia, por mim e pelos meus pacientes. Queria partilhar isto com as pessoas, inspirá-las. Comecei a escrever o meu blogue, o que me ajudou neste sentido e permitiu-me processar o meu próprio crescimento, pessoal e profissional. Com o blog e com o que agora consigo desenvolver, posso realmente inspirar a mudança através do meu trabalho.
Quando só se consegue ver um paciente uma única vez, isso constitui um desafio. Neste caso, tenho a oportunidade de utilizar a minha experiência para dar conselhos que os meus interlocutores podem levar consigo, uma vez que estão de férias e podem concentrar-se em fazer as mudanças que pretendem. Se ficarem aqui durante 10 dias, podem ver a diferença que os workshops têm sobre eles durante a sua estadia. Isto pode inspirá-los, no regresso a casa, a trabalharem nessas coisas.
É um ambiente que também ajuda a inspirar a positividade...
Sim, e se conseguir trazer energia positiva para o cliente, que seja de um local positivo. Se o indivíduo experienciar uma maior qualidade de vida, isso ajuda-o a pensar: "Sim, posso ter uma melhor qualidade de vida também..." Posso ajudá-los a ouvir o seu corpo e o que precisa para o fazer.
Para o fazer, basta interpretar o corpo: se o diafragma está tenso, é preciso trabalhar a respiração. O estômago, o fígado, todos estes orgãos dão pistas sobre o que está a acontecer, biológica e emocionalmente. O corpo não mente, diz-nos o que procurar. Conta-nos a nossa história. Depois disso, podemos explorar essas questões e como podemos fazer as mudanças que elas exigem, para encontrar harmonia.
Costumo falar imenso sobre os nossos lados masculino e feminino, biológico e emocional, porque todos nós temos ambos e precisamos de encontrar um equilíbrio e harmonia entre eles. O meu trabalho aqui tem-se centrado especificamente na saúde da mulher, algo com que já tinha experiência ao trabalhar com mulheres grávidas e no pós-parto, e através da minha própria experiência como mulher.
Realizei três tipos de workshops diferentes aqui, todos para mulheres de todas as idades, sempre com temas e objectivos diferentes. Estes são tempos difíceis para as mulheres, temos muita pressão para equilibrar as nossas vidas profissionais e pessoais, com a cultura sempre a redefinir o que estas são. Quero ajudar a mulher a ouvir-se e a ter consciência das necessidades do seu corpo enquanto enfrenta estes desafios.
O primeiro centra-se no poder da respiração, a respirar profundamente e a relaxar o corpo. A respiração ensina-nos a controlar as nossas reacções e a ligarmo-nos ao nosso corpo, a estarmos mais presentes, o que realmente nos ajuda a ouvir o nosso corpo e a lidar com o nosso bem-estar quotidiano.
O segundo é sobre nutrição, numa perspetiva feminina, compreendendo os ciclos hormonais e o que se deve comer para melhorar a saúde. Um grande problema para as mulheres é contar calorias ou seguir outros maus hábitos, assim, cozinhamos em conjunto para tentar criar novos hábitos, melhores e mais saudáveis.
O terceiro concentra-se no movimento pélvico. Este comunica com a respiração, mas ajuda a criar confiança e consciência corporal. É uma aula audaz, mas a reação a ela tem sido muito, muito positiva. No início, vemos muitas caras sérias, mas depois vemos que começam a abrir as suas mentes a toda a positividade da aula!
I think it’s something we're all becoming more awake to, if we can approach a problem at it’s beginning, then we can try to change it, it’s a more preventative way of looking at our health. This is really important because we all need to learn and we need to take care of ourselves. I really think things are changing in a better way - and this means that people can change their lives for the better too.
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